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O ovo e a galinha

Mário Márcio de Almeida Sousa*

Nos dias que correm, em todas as rodas de bate-papo, quando o assunto é política – principalmente a relativa à sucessão nos cargos eletivos – é comum dizer-se que “o povo não sabe votar, não sabe escolher seus representantes”. Fazendo ecoar antigos pensamentos, diz-se, até, que “cada povo tem o governo que merece”.

Sem embargos dos que assim pensam, ouso divergir dessas opiniões, cuja origem, imagino, remonta aos primórdios de nossa colonização, quando para parte dos indivíduos para cá enviados e para os que aqui já viviam era negado o beneplácito da “Coroa” em virtude de características ditas pessoais.

Ora, como é que o povo poderia saber escolher se, ainda hoje, lhe são apresentadas poucas opções? Como é que uma nação composta, em sua maioria, por famintos e por pessoas de pouca – ou nenhuma – instrução poderia discernir aqueles realmente comprometidos com a causa pública daqueles comprometidos apenas com a perpetuação de um estado de coisas que somente interessa às classes dominantes - sejam elas da “oposição” ou da “situação”? Enfim, como é que o povo poderia ser diferente se não lhe foi dada oportunidade para tanto? Impossível!

Um regime verdadeiramente democrático não se resume a dar ao povo o direito ao sufrágio, ao voto. O verdadeiro exercício da cidadania não consiste apenas em marcar um “x” em uma cédula ou apertar os botões de uma máquina. Antes de tudo, a concretização do Estado Democrático de Direito passa, necessariamente, pela criação de políticas públicas que, dentre outras coisas, permitam ao povo escolher seus representantes de acordo com seus reais anseios e necessidades.

Afigura-se absurdo e desrespeitoso obrigar o povo a escolher seus representantes somente entre aqueles considerados aptos pelas classes dominantes – repita-se, sejam elas da “oposição” ou da “situação” -, sobretudo porque essa oferta de possibilidades tem como finalidade precípua – e, às vezes, única – perpetuar o já citado estado de coisas.

É hora, portanto, de dar a todos o mesmo ponto de partida; é hora de dar a cada um o que lhe é devido; é hora de dar ao povo a chance de mudar sua história, seu destino.
Como nessa matéria não há consenso sobre o que é causa e o que é conseqüência, sobre o que veio primeiro – o ovo ou a galinha? –, que pelo menos se deixe aflorar a verdade segundo a qual o povo não é o responsável por suas mazelas.

*Juiz de Direito e Eleitoral no Maranhão, pós-graduado em Direito Constitucional e pós-graduando em Gestão do Poder Judiciário (FGV) e em Direito Eleitoral.
do site: www.juizmariomarcio.blogspot.com

3 comentários:

  1. QUERO DIZER AOS MEUS QUERIDOS PROFESSOR, QUE NO DIA 10 /05/2012, ATÉ O MEIO DIA O SENHOR PREFEITO VAI COLOCAR O RESTANTE DO ABONO DE VOÇÊS, QUE E DE 2,780 REAIS, CO O SARIO DE VOÇÊS, E UM PRESENTRE PARA TODAS AS MÃES, ISTO DEMOSTRA QUE O PREFEITO NÃO E RUI ASSIM COMO TEM JENTE QUE FALA, DEMOSTRA COMPREENÇÃO, PARA COM OS PROFESSORES. E MEU MUITO OBRIGADO, PROFESSORA ALDA CELIA BORGES

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  2. Professora Alda Celia Borges,gostei do seu otimismo,mas fico com o ditu popular, que diz,o pior castigo do mentiroso,é não ser acreditado quando vala a verdade.

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  3. E PROFESSORA EU ACREDITO QUE VOÇE E DAQUELAS QUE NUMCA ESQUENTOU UMA CARTEIRA DE COLEGIO. E SE DIZ PROFESSORA. MAIS PARA O CONCEITO DESTA SECRETARIA VOÇE TEM CURSO SUPERIOR. TA IGUAL A DIRETORA DE UM TAL DE AZEDO E ANALFABETA DE PAI E MAE MAIS E DIRETORA DE UMA ESCOLA. E UMA VERGONHA PARA OS EDUCADORES DE NOSSA TERRA E A TROCA DE VOTOS E CABIDE DE EMPREGOS PARA PESSOAS DESPREPARADAS PARA A EDUCAÇAO EM NOSSO MUNICIPIO. SE FIZERMOS UMA RECICLAGEM VAI SOBRAR POUCOS EDUCADORES.

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