*Othelino Filho, jornalista
Ao longo dos anos que tenho vivido como operário das comunicações sociais, em jornais, rádios e TVs, além de cargos públicos na área, durante regime de liberdade e estado de direito, jamais li, ouvi e vi o que está se praticando, nas últimas semanas, no Maranhão, por iniciativa de uma coligação ligada à oligarquia agonizante. Um sentimento misto de indignação e repulsa atingiu fortemente as consciências lúcidas dos maranhenses e dos brasileiros que estão tomando conhecimento do festival de leviandades que vem assolando o Estado.
Com o controle político, os senhores feudais ocuparam espaços por meio século, de modo antidemocrático, opressivo, ilegítimo. Servindo-se da força econômica e dos veículos de comunicação de sua propriedade, se especializaram em tentar manipular condutas, corromper propósitos e frustrar projetos libertários. Imunes a quaisquer princípios éticos que digam respeito à dignidade humana, tornaram-se mercenários de ilusões, fariseus que mercadejam consciências.
Nos períodos eleitorais, aproximam-se das vítimas, absolutamente indefesas, como se delas fossem parceiros de ideais e solidários nos sonhos. Desconhecem medidas para auferir o despudor e superam os hipócritas de todos os tempos para se perpetuar no poder.
É o mais vil atentado aos princípios democráticos e republicanos de que se têm notícia. Desdenha-se da cidadania; tripudia-se sobre as leis, o direito, a Justiça, de um modo geral e, especificamente, em relação ao TRE e ao TSE. E o que o torna mais repulsivo e revoltante, é que o abominável crime está sendo perpetrado sob o estímulo de um ex-presidente da República e por quatro vezes do Senado, membro das academias Maranhense e Brasileira de Letras.
Dependente da sede insaciável de poder e de enriquecimento fácil e desonesto dos fariseus da política e, por via de consequência, alvos da violência que se manifesta nas formas mais cruéis, os maranhenses foram, ao longo dos anos, assumindo a liderança no ranking de pobreza em todo o Brasil. O Maranhão disputa o último lugar nos indicadores socioeconômicos que determinam o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), instituído pela ONU para avaliar a qualidade de vida das populações no planeta.
Apesar das atitudes covardes da oligarquia, mas com o apoio da classe política consciente do momento histórico e da mais firme entre todas as resistências, o esforço solidário dos maranhenses ansiosos e determinados por libertação, a vitória há de coroar o empenho dos que seguiram o chamamento do nosso poeta maior, Gonçalves Dias: A vida é combate / que os fracos abate / que os fortes, os bravos / só pode exaltar.
Os movimentos organizados nas redes sociais e a imensa maioria da população não sentem a menor ameaça nos anseios de mudança que já são parte indissociável nos seus projetos de vida cidadã e de um novo tempo de liberdade, desenvolvimento sustentável, justiça, igualdade, solidariedade e paz a ser vivenciado, a partir de janeiro próximo, na sua terra amada,
Pelo contrário, o tiro está saindo pela culatra, Até mesmo aqueles que não tinham despertado para os danos insanáveis provocados pela oligarquia cinquentona, tão longa quanto odienta, deram conta de que estavam seguindo na contramão da história e estão se incorporando ao sonho que, enfim, se concretiza de caminharmos juntos, “todos pelo Maranhão”.
Há muito, já se percebia que o império estava ruindo. A cúpula não teve discernimento e/ou humildade para renovar lideranças e muito menor modificar as práticas carcomidas pelo uso e abuso do egoísmo, da arrogância, da exploração e do desprezo a quem lhes garantia a riqueza, o poder e as suas indecorosas benesses. Faltou liderança, faltou comando e os ex-seguidores estão desertando de carreirinha. Só restarão vassalos que, mais cedo ou mais tarde, pularão do barco em naufrágio.
O imperador e donatário da Capitania hereditária, José Sarney, foi abandonado pelos conterrâneos, quando, tendo todas as oportunidades e meios para impulsionar o Maranhão, “sua terra, sua paixão”, abandonou-o à própria sorte, ou seja, ao infortúnio, à via-crúcis da pobreza.
Sua filha predileta e herdeira, Roseana, depois de capitanear a nau por quatro temporadas, também desistiu, antes que ela afundasse definitivamente. Tentou passar o comando para um senhor afeito à aventuras, mas, ele fracassou, antes mesmo de começar.
Usou e continua inutilmente usando as armas de piratas da idade média. A sabotagem, a traição, a covardia. Deu-se mal, Passou a ser refém do crime organizado. E lança toda sua frustração e ódio exatamente contra quem os maranhenses escolheram para salvar o Estado do caos estabelecido.
Com efeito, através de um memorável projeto elaborado e que será executado com a participação de todos os que amam efetivamente esta terra abençoada por Deus, se construirá um destino auspicioso, que honre os feitos do passado de glórias. O destinatário da confiança e de todas as esperanças é o futuro governador Flávio Dino.
Do: http://marrapa.com/
0 comentários:
Postar um comentário