Mobilização
de artistas faz campanha para pressionar deputados a aceitar denúncia.
Pressão popular que já é significativa para votação decisiva, que ficou
para agosto. Precisamos de 342 votos na Câmara para julgar Temer e afasta-lo do poder.
Antes mesmo da vitória do presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na última quinta-feira,
um grupo de artistas já mirava o passo seguinte: a votação no plenário
da Casa, onde 342 votos são necessários para que a denúncia de corrupção
contra Temer seja aceita, e de fato o Supremo Tribunal Federal possa
decidir ou não tirar-lhe do cargo. Nas redes sociais, o movimento 342 Agora,
liderado por vários artistas, tenta furar a polarização ideológica PT e
anti-PT e reavivar uma mobilização que ainda não existe nas ruas,
apesar da baixíssima aprovação popular do presidente. Fazem parte do
movimento, por exemplo, tanto o ator Marcelo Serrado, que se posicionou a
favor do impeachment de Dilma Rousseff e
fez campanhas na rede no ano passado pela sua queda, como o músico Tico
Santa Cruz, identificado com a esquerda, e que na ocasião buscou
denunciar "um golpe" e pede por "Diretas já". Mas tem também Caetano
Veloso, Marisa Monte, e outros famosos globais, como Adriana Esteves, ou
Fabio Assunção.
- Com tantas notícias sobre corrupção, por que os grandes protestos sumiram das ruas?
- O agora ou nunca de Temer para driblar pressão popular e vencer Janot na Câmara
- Denúncia contra Temer passo a passo: do relatório de Sérgio Zveiter à votação na CCJ
- O jogo duplo de Rodrigo Maia para chegar à Presidência da República
O
"Fora, Temer" virou o ponto de concordância que tenta fazer ebulição
até 2 de agosto, para quando está marcada a votação decisiva. "Sempre
que os artistas se mobilizam, a repercussão nas redes é grande. Mas a
Internet, apesar de conseguir cultivar uma ideia entre a audiência, não é capaz por si só de transformar isso em manifestações de rua", diz Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do Laboratório de estudos sobre Internet e Cultura (LABIC).
"Nem direita e nem esquerda conseguem dialogar com conjunto da
população, que nega esse sistema político. Por isso há esvaziamento nas
ruas. A população não quer fazer papel de isca, de bobo, e legitimar
candidato A ou B. Sabe que em determinada manifestação podem pedir a
volta do Lula ou querer entregar o poder para outra pessoa".
Os
artistas começaram a se unir em torno do "Fora, Temer" no final de
maio, quando muitos deles se apresentaram na praia de Copacabana e
pediram por "Diretas Já". Depois, houve também ato em São Paulo. Paula
Lavigne – dona da Uns Produções e Filmes, que gerencia a carreira de
Caetano Veloso e Teresa Cristina, entre outros – transformou seu
apartamento em uma espécie de QG das "Diretas Já", num movimento ao que
também se engajaram o deputado Alessandro Molon (REDE), o senador
Randolfe Rodrigues (REDE) e o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).
Lavigne chegou a dizer que o encontro foi feito para “acima de tudo para
sinalizar a sociedade que precisamos deixar esse racha ideológico de
lado e voltarmos a conversar de forma respeitosa para pensamento junto o
Brasil que queremos”.
Apesar
da natureza pretensamente supraideológica, foram os movimentos mais à
esquerda que abraçaram a mobilização. Ao entrar no site 342agora.org.br, criado pela Mídia Ninja,
um órgão claramente alinhado à esquerda, o usuário se depara com o
placar dos deputados que são a favor da investigação, que são contra e
que estão indecisos. Algo semelhante havia sido feito durante o
impeachment por grupos à direita. Clicando no nome do parlamentar é
possível enviar mensagens para ele ou ela através do e-mail, Facebook,
Twitter, entre outros canais. No site estão dezenas de pequenos vídeos
nos quais os artistas pedem: "Vamos pressionar para que os deputados
aceitem a denúncia contra Temer". Caetano Veloso, Glória Pires, Martinho
da Vila, Karol Conka, Wagner Moura, Criolo, Adriana Esteves e Maria
Padilha são alguns dos muitos que deixaram suas mensagens.
Segundo
postou a empresária Paula Lavigne, articuladora do movimento e
companheira de Caetano Veloso, nas primeiras três horas online o site
teve 250.000 acessos, 500.000 e-mails enviados a congressistas e um
alcance de 10 milhões de usuários. Malini, do LABIC, explica não ser
possível medir o desempenho no Instagram, onde os artistas costumam ter
muita mais influência. Uma postagem de Marisa Monte sobre o 342 Agora
teve, por exemplo, 8.011 curtidas até 17h40 desta quarta-feira. "Os
artistas chegam à públicos que os movimentos não chegaram. Geralmente,
muitos dos que seguem as celebridades não são apegados a temas políticos
e estão fora a bolha ideológica", argumenta Malini.
Tudo isso ocorre em um momento no qual Temer balança no cargo, com o PSDB dando sinais de que vai sair da base do Governo e classe política se reunindo em torno da figura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Também em um contexto de "aquecimento da esquerda, algo que inclusive o
Datafolha reflete", segundo Malini. A direita, explica o especialista,
vem se mobilizando menos nas redes e o único tema que mais figura nas
redes é "Bolsonaro 2018". "A esquerda ainda tem uma hegemonia do PT, mas
não tem a característica de criar uma central de mobilização nas redes
sociais. Os movimentos da esquerda e as pautas são muito diversificadas,
e a capacidade de influência é policentrada. Já a direita busca se
afirmar como ser direita, algo muito novo. É uma relação é diferente. O
MBL [Movimento Brasil Livre] e o Vem pra Rua têm hoje características de
partido político", explica o pesquisador sobre ciências de dados.
Uma análise dos movimentos pró-impeachment
Os
movimentos que pediram pela queda de Dilma Rousseff tiveram uma queda
de audiência e/ou mudaram de perfil. No dia 10 de abril de 2016, uma
semana antes da Câmara autorizar a abertura do processo de impeachment, o
Vem Pra Rua fez 10 postagens no Facebook que resultaram em 160.133
curtidas e 111.057 compartilhamentos. Em dia 11 de julho de 2017, quando
a Câmara discute o caso de Temer e está prestes a definir seu destino, o
grupo fez 17 posts que conseguiram 24.002 curtidas e 9.558
compartilhamentos. Os dados também são do LABIC de Malini, que
contextualiza: "O Vem Pra Rua aumentou seu volume de publicações, mas
desidratou de público. A manifestação que agendaram para o dia 28 muito
dificilmente vai emplacar". Em entrevista ao EL PAÍS,
Rogério Chequer, principal liderança do Vem Pra Rua, defendeu a saída
de Temer e uma transição rápida que não interfira não interferir na
economia – que, para ele, vem sendo bem conduzida pelo presidente.
Com
relação ao MBL, os dados são contraditórios. O especialista em redes
explica que o grupo vem tendo "um crescimento incrível, atraindo mais
pessoas para sua página", mas os números também apontam para uma queda
(menor que a do Vem Pra Rua): no dia 10 de abril de 2016, o grupo fez 21
posts, conseguindo 203.065 curtidas e 113.216 compartilhamentos; no dia
11 de julho de 2017, foram 69 posts, 172.661 curtidas e 77.510
compartilhamentos. Malini explica que o "MBL raramente pauta a questão
do Temer, optando por uma ação mais institucional, ligada ao João Doria
[prefeito de São Paulo] e a uma audiência antipetista". O grupo, diz,
"perdeu o apelo da mobilização de rua e virou um movimento institucional
com uma base de eleitores".
O especialista é taxativo sobre o que ainda une coletivos que pediram pela queda de Rousseff: "A defesa da Lava Jato virou
meio que a tábua de salvação desses movimentos. Há um certo
desinteresse pela queda do Temer. O antipetismo é uma causa com muita
audiência, mas a defesa da Lava Jato é um mote muito difuso, sobretudo
agora que os grandes processos estão em Brasília". El Pais.
Edmilson Moura
Esse Lula é um tremendo discimulado
ResponderExcluirVIR ESSE TESTO EM UM FECE DE UMA PESSOA COM AS INICIAS N . C
ResponderExcluirLULA LAR BRILHA UMA ESTRELA
Lula não foi condenado pelo tríplex (ESQUEÇAM ISSO!). Lula foi condenado quando decidiu que cada brasileiro deveria fazer três refeições ao dia. Lula foi condenado quando tirou o brasil do mapa da fome mundial. Lula foi condenado quando milhões ascenderam socialmente. Lula foi condenado quando decidiu que pobres poderiam chegar à universidade e às escolas técnicas. Lula foi condenado quando a filha do pedreiro virou engenheira, o filho do garçom virou advogado e o negro favelado deixou de ser bandido para ser médico: invertendo, assim, a lógica dessa porra toda. Lula foi condenado quando começou a dar show pelo mundo, no g-20, nas nações unidas e nos cambau a quatro. Lula foi condenado quando investiu mais em educação e saúde que todos os outros presidentes. Lula foi condenado quando investiu no nordeste brasileiro, sempre esquecido. Lula foi condenado quando mostrou à elite deste país que um operário sabia governar. Lula foi condenado quando alcançou 80% de aprovação popular. Lula foi condenado por suas virtudes, não por seus eventuais pecados. Lula é imenso, do tamanho do Brasil. Lula é a história