Mariz acusa Janot de ter ânsia de poder e diz que atinge a todos: 'Pau que mata Temer, mata Lula' Para o advogado de Temer, MP tem 'destruído dignidades' e 'arruinado caráteres'
Advogado
de defesa do presidente, Antônio Cláudio Mariz defendeu Temer na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados - André Coelho / O Globo
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BRASÍLIA
- Ao fazer a defesa do presidente da República na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o advogado Antônio Cláudio Mariz
de Oliveira criticou o "exagero" do Ministério Público Federal (MPF) e
disse que tanto o presidente Michel Temer como o ex-presidente Lula
estão sendo alvos desta atuação fora dos padrões. Mariz acabou repetindo
uma frase que é comumente usada pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot: "Pau de que dá em Chico, dá em Francisco". Ele disse que
há uma ânsia de poder por parte do procurador-geral.
—
Fico muitíssimo preocupado com o avanço da cultura punitiva no país.
Pau que mata Michel, mata Lula! Pau que matou Lula pode matar Michel! O
que percebo é que há uma ânsia pelo poder (por parte do procurador). O
Judiciário está sendo substituído pelo Ministério Público. Abre-se mão
do in dubio pro réu, da presunção da inocência. O papel dos advogados
nas malfadadas delações é decorativo — disse Mariz.
Em mais um recado aos petistas, Mariz disse que o Ministério Público tem "destruído" a dignidade das pessoas.
— O Ministério Público tem exagerado, tem destruído dignidades, arruinado caráteres — disse Mariz.
Mariz ainda criticou a imprensa, acusando-a de ter transformado o caso de Temer em "espetáculo".
—
O crime está sendo rentável para a mídia, que só se preocupa com o
Ibope e o faturamento. Essa mídia se apresenta como arauto desta cultura
punitiva — disse o advogado.
Mariz disse que não há "prova nenhuma contra Temer".
—
É inconveniente enviar ao STF. Aquele delito que não denota nenhuma
periculosidade. A prova é nenhuma, os indícios, nenhum. Autorização não é
um carimbo. Essa autorização é um nada? Não se avalia nada? Façam
Justiça ao presidente da República — encerrou Mariz.
Pouco antes, ele disse que estava "entristecido" com as "ofensas" feitas a Temer:
—
Quem de nós, mesmos inocentes, gostaria de enfrentar o banco dos réus,
de saber que essa execração pública constitui uma pena indelével,
perpétua, cruel. Ofenderam o presidente Michel Temer, falaram coisas
necessariamente pesada. Chamaram-no de assassino, quadrilheiros.
Insegurança dos acusadores. Não havendo elementos, vai se buscar no
vernáculo (a saída). Fico entristecido, porque não esperava ouvir
ofensa.
Ele ainda elogiou o Parlamento:
— O país tem jeito sim com o Parlamento que tem e com o Parlamento que terá no futuro.
A
sessão terminou com tumulto. O deputado Zveiter pediu desculpas por ter
dito que um novo parecer foi feito no Palácio do Planalto. Isso irritou
os deputados.
— O senhor ofendeu a todos nos! — gritou José Carlos Aleluia (DEM-BA). O Globo.
Edmilson Moura
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