Em discurso no velório, Lula diz que dona Marisa foi vítima de perseguição. Ex- exaltando a mulher.presidente lembrou da história do casal e do PT,
O velório de Marisa Letícia Lula da Silva.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, faz desabafo em seu
discurso. Lula falou por cerca de 40 minutos logo depois de uma
cerimônia ecumênica presidida pelo bispo emérito da diocese de Bauru,
dom Dom Angélico Sândalo Bernardino. — Eu vou continuar agradecendo à
Marisa, até o dia que eu não puder mais agradecer, o dia em que eu
morrer. Espero encontrar com ela, com esse mesmo vestido que eu escolhi
para colocar nela, vermelho, para mostrar que a gente não tinha medo de
vermelho quando era vivo, e não tinha medo de vermelho quando morre”.O
ex-presidente alternava a fala pausada com momentos em que era tomado
pela emoção, e era interrompido por palmas de populares, familiares,
amigos e militantes do PT que lotavam o terceiro andar do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). Lula lembrou dos
momentos em que conheceu Marisa, no Sindicato, e da história deles
juntos. — Ela está com uma estrelinha do PT no seu vestido, e eu tenho
orgulho dessa mulher. Muitas vezes essa molecada [os sindicalistas]
dormia no chão da praça da matriz [de São Bernardo do Campo] e a Marisa e
outras companheiras vendendo bandeira, vendendo camiseta para a gente
construir um partido que a direta quer destruir”. No momento mais forte
de seu discurso, o ex-presidente disse que Marisa morreu triste, que
fizeram uma “canalhice” contra ela e que quer provar a inocência da
esposa nas investigações da Operação Lava Jato, em que era ré junto com
Lula em duas ações penais. — Na verdade, Marisa morreu triste. Porque a
canalhice que fizeram com ela, e a imbecilidade e a maldade que fizeram
com ela, eu vou dedicar [Lula não encerrou a frase]. Eu tenho 71 anos,
não sei quando Deus me levará, acho que vou viver muito, porque eu quero
provar que os fascínoras que levantaram leviandade com a Marisa tenham,
um dia, a humildade de pedir desculpas a ela”, disse, emocionado.
Cremação
Após o
velório, o corpo da ex-primeira-dama foi levado para o crematório do
cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo. A ex-primeira-dama morreu, aos 66 anos,
após ficar dez dias internada no hospital Sírio-Libanês, onde estava
internada desde o dia 24 de janeiro após sofrer um acidente vascular
cerebral hemorrágico.
Por Edmilson Moura
Redação/REBELDE SOLITÁRIO
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