O
ministro da Agricultura, Blairo Maggi, criticou no dia 19 de março de
2017, a narrativa da Operação Carne Fraca, desencadeada pela Polícia
Federal no dia 17 de março de 2017, que revelou um grande esquema de
corrupção envolvendo empresas de alimentos e fiscais do Ministério da
Agricultura. Segundo ele, as investigações irão tomar agora um outro
rumo na medida em que a pasta irá ajudar a PF com informações técnicas
do setor de carnes.
O
ministro fez as declarações em entrevista coletiva no Palácio do
Planalto após a série de reuniões ocorridas neste domingo. O
diretor-geral da PF, Leandro Daiello, participou do encontro com
representantes do setor de carnes do País.
MAIS SOBRE O ASSUNTO
Segundo
Blairo, ficou acertado no encontro que o Ministério da Agricultura e a
PF passarão a atuar juntos nas investigações. “O ministério estará com
seus técnicos explicando tecnicamente para os agentes da Polícia Federal
o que é certo e o que é errado, na visão dos nossos regulamentos.”
Idiotice
Ele criticou a “narrativa” conduzida pela Polícia Federal na operação, disse que houve “fantasias” e que é uma “idiotice” achar que os produtores colocariam, por exemplo, papelão em embutidos, como foi apontado pelas investigações.
Ele criticou a “narrativa” conduzida pela Polícia Federal na operação, disse que houve “fantasias” e que é uma “idiotice” achar que os produtores colocariam, por exemplo, papelão em embutidos, como foi apontado pelas investigações.
Blairo
reclamou ainda que o Ministério da Agricultura não foi consultado pelos
policiais e declarou que os técnicos poderiam ter esclarecido pontos
que foram considerados irregulares, mas que são práticas permitidas do
setor. “Em função da narrativa é que se criou grande parte dos problemas
que temos hoje”, afirmou.
Após
a entrevista, Blairo disse que não ficaria “batendo boca” com a PF via
imprensa. O ministro citou um áudio sobre papelão, em que os
investigadores entenderam que o material seria misturado à carne. Para
ele, fica claro que os funcionários grampeados estavam falando de
embalagens. “É uma idiotice. As empresas gastaram milhões de dólares
para conquistar mercados, e vão misturar papelão?”, questionou.
Blairo
também citou outro áudio que mostra um dono de frigorífico adquirindo
carne de cabeça de porco para usar em linguiça, o que, segundo o
ministro, é permitido em determinados produtos e porcentuais: “Por que
não estávamos presentes para dizer que cabeça de porco pode ser
utilizada ou que ácido ascórbico é vitamina C?”
De
acordo com o ministro, a Polícia Federal explicou que a Agricultura era
parte da investigação, por isso não foi consultada. A Polícia Federal
disse que não iria comentar as declarações do ministro.
O presidente Michel Temer rebateu críticas de integrantes da bancada ruralista no Congresso e de empresários de que a PF cometeu excessos na operação.
O presidente Michel Temer rebateu críticas de integrantes da bancada ruralista no Congresso e de empresários de que a PF cometeu excessos na operação.
Por Edmilson Moura
Redação/REBELDE SOLITÁRIO
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