Nem o envolvimento dos principais nomes da política maranhense no que parece ser o maior escândalo de corrupção do país tem sido suficiente para tirar o Ministério Público do Maranhão (MPMA), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Tribunal de Contas do Maranhão (TCE) da letargia imposta pelos 50 anos de subserviência aos interesses do clã Sarney.
Em família: OAB, presidida pelo primo de Roseana Sarney, Mário Macieira, ainda não se posicionou sobre o suposto pagamento de propina à ex-governadora nas dependências do Palácios dos Leões.
Roseana Sarney, por exemplo, é relacionada ao escândalo da Petrobrás desde a deflagração da Operação Lava Jato, em Março passado, acusada de ter exigido R$ 6 milhões em propina do doleiro Alberto Yousseff para liberar o pagamento de um precatório da Constran. Na edição desta semana, a Veja revelou que a ex-governadora teria recebido suborno nas dependências do Palácio dos Leões.
O Ministério Público do Maranhão, sempre tão tolerante com os desmandos dos Sarney, Lobão, Murad e companhia, ainda não se manifestou sobre as graves suspeitas que pesam contra o melhor governo da vida de Roseana Sarney. Em agosto, até chegou a abrir investigação, no entanto, vencidos os 90 dias estabelecidos para a apuração, o órgão comandado pela procuradora Regina Rocha — tia do ex-secretário Hildo Rocha e com fortes relações afetivas com a oligarquia — não divulgou uma nota sequer sobre o caso.
O mesmo pode ser dito sobre a Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão, presidida pelo primo da ex-governadora, o advogado Mário Macieira, cuja esposa participou diretamente da gestão acusada de receber dinheiro do doleiro. Diante desse silêncio sepulcral, muita gente começa a se preocupar com a reputação da secção local de uma instituição ainda digna do respeito da sociedade brasileira.
Responsável por fiscalizar desvios e ilegalidades que tiverem origem nos altos escalões dos governos, o Tribunal de Contas do Estado também tornou-se cúmplice do crime contra o erário estadual e aprovou, sem ressalvas, a prestação de contas de 2013 da filha de José Sarney, mesmo diante das gritantes irregularidades no acordo firmado entre o governo do Maranhão e a empresa de Ricardo Pessoa (também preso pela Polícia Federal), que transformaram o precatório de R$ 49 milhões numa dívida de quase R$ 120 milhões. A relatoria das contas aprovadas ficou a cargo de um familiar de Roseana.
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