Populares quebraram Fórum de Urbano Santos na semana passada. O motivo teria sido a transferência do assassino de uma menina de 6 anos.
Vinte e cinco juízes participaram, nesta terça-feira (1º), de um ato público em protesto contra o ataque ao Fórum de Justiça de Urbano Santos, no Maranhão, ocorrido na semana passada. O local foi atacado por populares revoltados com a transferência do assassino confesso de Maísa Moreno da Silva, de 6 anos, que morreu após ter sido estuprada e esganada até a morte.
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No ato, convocado pela Associação dos Magistrados do Maranhão (AM-MA), os juízes afirmaram que o atentado violenta o Estado Democrático de Direito e apoiaram o juiz Samir Mohana, titular da Comarca de Urbano Santos.
"Eles invadiram o fórum, invadiram a sala do Tribunal do Júri e, lá, encontraram aproximadamente 500 processos. Destes, cerca de 320 foram incinerados. Já estamos fazendo o trabalho de identificação de cada um dos processos para que possa haver, com isso, a restauração dos autos, e que a unidade judiciária possa voltar ao seu trabalho normalmente", disse Samir Mohana, garantindo que não deixará a cidade após o ataque.
Sala do Fórum em Urbano Santos foi parcialmente incendiada (Foto: O.J / Divulgação)
"Protestar contra a violência contra a menor, contra a violência contra a mulher, contra as instituições, contra a veiculação de vídeos, na internet, que estimulam a violência, e para protestar solidariedade ao magistrado Samir Mohana. Esse conjunto de fatores fez com que 25 juízes se deslocassem até aqui para dizer, em bom som, que nós combatemos a violência com mais Justiça e não com mais violência", declarou o presidente da AM-MA, Gervásio Protásio.
O secretário de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), Jefferson Portela, disse que o caso está sendo apurado para a devida responsabilização dos autores. "Doze deles já estão presos. Um deles foi atingido por um disparo de arma de fogo para contenção da conduta criminosa e, esse que foi atingido, descobrimos que ele já responde a onze processos aqui na Comarca. Todos os foragidos continuarão sendo procurados. Não haverá interrupção", garantiu.
Além dos magistrados, o ato também teve a participação de populares e familiares de Maísa. "Eu quero que a Justiça seja feita e que ele pague o que ele fez com a minha filha", cobrou emocionada a mãe Lílian Moreno.
Entenda
Um homem de 26 anos, identificado como José Ribamar dos Santos Portácio, foi apresentado, na semana passada, como o autor do estupro e assassinato da menina de 6 anos. De acordo com a polícia, ele teria confessado o crime, praticado no sábado, dia 21 de novembro.
Um homem de 26 anos, identificado como José Ribamar dos Santos Portácio, foi apresentado, na semana passada, como o autor do estupro e assassinato da menina de 6 anos. De acordo com a polícia, ele teria confessado o crime, praticado no sábado, dia 21 de novembro.
Em depoimento, o homem, que era frequentador do bar dos pais da vítima, contou que estava bebendo no estabelecimento quando sequestrou a filha do casal, que estava na porta, e a levou para um matagal, onde a estuprou e esganou até a morte, abandonando-a em seguida.
A menina foi encontrada na manhã de domingo (22), ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Um vídeo divulgado anonimamente pelas redes sociais mostra a criança seminua, agonizando.
Após a repercussão das imagens e do fato de que o autor do crime seria transferido, centenas de moradores depredaram, no dia 24 de novembro, o fórum da cidade, assim como veículos do Poder Judiciário e de viaturas da polícia.
No giro da noticia.
Edmilson Moura.
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