Edison Lobão pediu o dobro de propina para obras da Usina Angra 3

As novas denúncias de propina por meio de contrato das obras da usina Angra 3, do Rio de Janeiro, atingem em cheio ministro Edison Lobão (PMDB).
Segundo reportagem da revista Época deste fim de semana, o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC/Constran, preso na Operação Lava Jato, delatou que o ex-ministro de Minas e Energia pediu o dobro de propina para agilizar a assinatura do contrato de R$ 3,1 bilhões para a construção da usina. O percentual usualmente negociado era de 1%.
“Mas a gente nem assinou o contrato ainda”, ponderou Pessoa, que propôs o montante de R$ 30 milhões. Lobão topou, mas pediu adiantamento de R$ 1 milhão à titulo de “contribuição de campanha”.
Leia o trecho da reportagem intitulada “A propina atômica do PMDB”:
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  1. RENAN, LOBÃO E JUCÁ DIVIDIRAM PROPINA DE ANGRA 3, SEGUNDO REVISTA

    De acordo a revista "Época", Edison Lobão, Renan Calheiros e Romero Jucá dividiram uma propina de R$ 4 milhões de um lote de R$ 30 milhões

    BRASILIA. . O empresário Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC e apontado como chefe do cartel de empreiteiras investigado na Operação Lava Jato, disse em depoimento que três caciques do PMDB receberam dinheiro desviado de contratos para a retomada da construção da Usina nuclear de Angra 3.

    De acordo com reportagem da revista "Época", o então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador Romero Jucá (RR) dividiram uma propina de R$ 4 milhões de um lote de R$ 30 milhões. Os valores teriam sido acertados para o PMDB em troca da confirmação das assinaturas dos contratos da usina, que somavam R$ 3,1 bilhões.

    No final de julho, uma nova fase da Operação Lava Jato resultou na prisão presidente licenciado da Eletronuclear, o almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, sob a suspeita de recebimento de R$ 4,5 milhões em propina. Para os investigadores, o esquema replicava o ocorrido na Petrobras, com o uso de licitações fraudadas, superfaturamento e pagamento de propinas a dirigentes da estatal e a políticos.

    A revista reproduz trecho de depoimento de Ricardo Pessoa, que em troca da redução de pena se tornou um dos principais delatores da Lava Jato.

    Renan, Lobão e Jucá já são investigados pela Procuradoria-Geral da República sob suspeita de participação no esquema de corrupção da Petrobras.

    No caso de Renan, "Época" reproduz trecho de delação em que Pessoa afirma ter jantado com o presidente do Senado nas semanas anteriores às eleições de 2014, no hotel Emiliano, em São Paulo. Segundo o empresário, Renan pediu uma contribuição de R$ 1,5 milhão para a campanha do filho ao governo de Alagoas.

    "O declarante interpretou, da conversa com o senador Renan Calheiros, que havia um vínculo entre a assinatura do contrato de Angra 3 e as doações oficiais à campanha de Renan Filho."

    Sobre Lobão, Pessoa disse em seu depoimento que procurou o ministro por sugestão do presidente da Eletronuclear. Segundo o relato reproduzido pela revista, Lobão cobrava pressa no fechamento do contrato para Angra 3 porque "tinha interesse em obter das empresas ganhadoras contribuições de campanha para o PMDB".

    O ministro teria falado em um percentual de até 2% do contrato, mas, segundo Pessoa, ficou acertado R$ 30 milhões, com adiantamento a Lobão de R$ 1 milhão, pagos em espécie, antes da assinatura do contrato.

    Em relação a Jucá, Pessoa afirma ter havido três ou quatro jantares nos hotéis Emiliano e Fasano e que em um deles o senador pediu R$ 1,5 milhão para a campanha do filho a vice-governador de Roraima. O empresário igualmente interpretou o pedido como fruto de Angra 3, embora registre que Jucá não fez menção à obra.

    Renan e Lobão negam qualquer participação em corrupção. O presidente do Senado confirmou o encontro com o empresário, mas disse que a doação foi obtida dentro do que "permite e prevê a lei" e que jamais fez solicitação de contribuição que pudesse pressupor desvio de recursos.

    O advogado de Lobão, Antonio Carlos de Almeida Castro, afirmou que a acusação não procede e que a delação padece de um velho problema desse mecanismo, que é a "invenção de histórias próprias" com o objetivo de redução da pena. "Delação no Brasil virou verdade absoluta. Isso tem que ser visto com a devida ressalva."

    A reportagem não conseguiu falar com Jucá. À "Época" ele disse não ter participado "de nenhuma irregularidade em contratos com qualquer estatal".

    Revista ÉPOCA..
    Edmilson Moura.

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