Não foi (ainda) dessa vez

"Mas tudo bem, falta pouco para o ano acabar. Já já chega o natal, fim de ano festas, expectativas, anseios, promessas, ano eleitoral e todos os fichas-sujas com suas caras limpas sendo reeleitos para voltar às práticas de antes"

            Nada contra ninguém, ou melhor, tenho sim. Diante de tudo o que vemos no cenário jurídico/político e ver que, quem manda neste país é realmente o judiciário, tenho algo contra alguém, ou, melhor dizendo, contra o judiciário deste país.
            Não dá pra compreender o que houve neste imbróglio todo para, diante de um julgamento em que fatos foram vistos à exaustão, o julgamento foi realizado, as sentenças proferidas e na hora “H” para prender os meliantes o “rojão” dá xabu? Paciência.
            Mudanças na interpretação da lei? Ou seriam políticas? Com a chegada dos “novos” militantes, digo, ministros, a votação mudou; o que era maioria tornou-se minoria e o julgamento agora toma outro rumo.
            Sinceramente, a cada dia que passa, sinto-me mais enojado e indignado com todo esse circo montado em torno desse assunto.
            A República Federativa do Brasil em seus mais de 500 anos de existência, e em seu Regime Democrático de Direito, hoje deixou de existir. Não somos uma república, somos uma..., uma..., uma.., somos o que o STF decidir o que somos. Fomos feitos de idiotas, tolos em achar que algum figurão político iria para a cadeia por seus crimes.
            Como citei no primeiro parágrafo, quem manda no Brasil é o judiciário, porque na ausência de leis específicas ou obscuras em suas multifaces, ficamos à mercê das interpretações de Vossas Excelências que assim o fazem como bem lhes parece ou como melhor lhes é orientado para fazer.
            Com um placar empatado, ficamos na dependência de um único homem. Homem este que nos primeiros capítulos desse dramalhão pior do que novela mexicana, desqualificara todo esse emaranhado de corrupção, e corruptores estes que agora terão um novo julgamento e suas penas abrandadas, e pior (coisa que eu tenho como certo) não irão para a cadeia.
            Mas tudo bem, falta pouco para o ano acabar. Já já chega o natal, fim de ano festas, expectativas, anseios, promessas, ano eleitoral e todos os fichas-sujas com suas caras limpas sendo reeleitos para voltar às práticas de antes.
            E tudo graças à lentidão do judiciário, às brechas propositais das leis, ao sistema paternalista com que a nossa elite governou e ainda governa este país, enfim, a todo esse entrelaçado jogo político que acabou por contaminar a casa guardiã da Lei Magna do país: Meu Deus! Que Suprema Ironia.

*Renilton Barros é poeta e cronista

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