Bancários entram em greve a partir de terça-feira em todo o país


Bancários de todo o país iniciam greve na próxima terça-feira (6/10), informou o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). A categoria ainda fará assembleias na próxima segunda-feira (5/10), para organizar o movimento. Ontem à noite, foram feitas assembleias em várias cidades do país: a greve foi confirmada. Em Brasília e em Porto Alegre, os bancários decidiram pela greve na quarta-feira (30/9).
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu 5,5% de reajuste para salários e vales. A proposta inclui abono de R$ 2,5 mil, não incorporado ao salário. Os bancários querem reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), entre outras reivindicações.
Em nota, a Fenaban informou que a proposta dos bancos tem o objetivo de compensar perdas da inflação passada. “No momento delicado da economia, a proposta apresentada visa a compensar perdas decorrentes da inflação passada, sem contaminar os índices futuros, o que iria contra todos os esforços do governo para reequilibrar os fundamentos macroeconômicos, possibilitando a retomada do crescimento econômico”, diz o documento.
Para a federação, o reajuste de 5,5% sobre os salários de 31 de agosto de 2015 vai, no mínimo, recompor o poder de compra dos trabalhadores dos últimos 12 meses. “Os trabalhadores terão ainda um abono de R$ 2,5 mil, a ser distribuído igualmente para toda a categoria dos bancários, que abrange cerca de 500 mil trabalhadores – esse valor não será incorporado aos salários – para compensar as perdas passadas. Seu impacto será maior nos salários mais baixos, indenizando integralmente as perdas passadas decorrentes da inflação de até 60% dos bancários”, acrescenta.
Com a correção, o salário de ingresso de um caixa, após 90 dias no emprego, passa de R$ 2.426,76 para R$ 2.560,23, diz a Fenaban. “É importante destacar que os bancários receberão participação de 5% a 15% nos lucros dos bancos, maior quanto menor for o salário e maior seja a lucratividade da instituição”, acrescenta. A Fenaban diz ainda que a fórmula de cálculo dessa distribuição é idêntica à adotada anteriormente com aprovação dos sindicatos. “Quando sua aplicação resultar numa soma inferior a 5% do lucro do banco, ela prevê mecanismos para que o valor pago ao funcionário seja reajustado de forma a alcançar 5% do lucro ou 2,2 salários do bancário, até o limite de R$ 22.884,87”, explica.


Do: www.barradocorda.com

4 comentários:

  1. A categoria rejeitou a proposta. Em nota, a Fenaban informou que a proposta dos bancos tem o objetivo de compensar perdas da inflação passada. “No momento delicado da economia, a proposta apresentada visa a compensar perdas decorrentes da inflação passada, sem contaminar os índices futuros, o que iria contra todos os esforços do governo para reequilibrar os fundamentos macroeconômicos, possibilitando a retomada do crescimento econômico”, diz o documento.

    Edmilson Moura.

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  2. A greve dos bancários foi anunciada após as tentativas de negociação com a Fenaban terem sido frustradas. Os bancários querem reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), entre outros benefícios. A Fenaban chegou a ofereceu 5,5% de reajuste para salários e vales, incluindo abono de R$ 2,5 mil, não incorporado ao salário.

    Edmilson Moura.

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  3. UM LEMBRETE OU RECADO AOS CONSUMIDORES

    Com a greve, os consumidores devem ficar atentos ao pagamento de faturas, boletos bancários e outros tipos de cobrança. Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) de São Paulo, embora a greve não afaste a obrigação do consumidor de pagar as contas até o vencimento, a empresa credora tem que oferecer outras formas e locais para que as quitações sejam feitas.

    Para não ser cobrado de encargos (juros e multa) e ter o nome enviado a serviços de proteção ao crédito, a recomendação do Procon é que o consumidor entre em contato com a empresa e peça opções de formas e locais de pagamento, como internet e casas lotéricas. Esse pedido deve ser documentado, ou seja, guardada a cópia do e-mail enviado ou anotado o número do protocolo de atendimento, orienta a entidade. Assim, caso o fornecedor não oriente sobre a quitação do débito, o consumidor pode fazer a reclamação ao Procon.

    A Fenaban lembra que a população tem à disposição caixas eletrônicos, internet banking, aplicativos do banco no celular, operações bancárias por telefone e também pelos correspondentes (agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais) como alternativas para fazer transações financeiras. Nos caixas eletrônicos, os saques noturnos são limitados a R$ 300,00 e o valor para saque diurno varia conforme a instituição.

    Quem tem benefícios para serem sacados, segundo a Fenaban, pode fazer saques por meio da rede de caixas eletrônicos 24 horas e caixas eletrônicos dos bancos.

    Edmilson Moura.

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  4. O BRASIL ESTÁ EM GREVE. POR QUÊ?

    “Nunca antes na história deste país”...
    ... viu-se tamanha ebulição nas relações de trabalho.”
    Não se está aqui esquecendo, ou mesmo menosprezando a importância do passado de reivindicações históricas, como, por exemplo, o ocorrido no ABC Paulista na década de 70, época de afirmação do Sindicalismo Moderno.
    A diferença, agora, é a amplitude geográfica (nacional) que os movimentos ganharam.
    Hoje, a realidade é outra. Podemos afirmar, com tranquilidade, que as paralisações têm ocorrido no Brasil. Ou seja, diferentemente de tudo o que já se viu, temos hoje um país inteiro em greve.
    Para reflexão temos exemplo recentes deste movimento: a greve dos bombeiros, no Rio de Janeiro; de professores, na Bahia; dos metalúrgicos da Volks, em Curitiba; dos condutores de trens, em São Paulo; e dos operários da obra de reforma do Mineirão, em Belo Horizonte, além de outras tantas.
    Surgem, então, perguntas. As duas primeiras são:
    1) O que está acontecendo no Brasil? e
    2) Quais são os porquês destas greves?
    A resposta imediata e, portanto, menos importante, seria dizer que o que tem motivado essa onda de paralisações é a busca de melhores condições e, em última análise, melhores salários.
    Nunca (nunca mesmo) viveu-se, no país, a combinação simultânea e tão acentuada deste conjunto social de fatores econômicos.
    Para se ter idéia, em 2010, ano seguinte à crise mundial, a taxa de Desemprego medida pelo IBGE, de 6,3%, foi a menor dos últimos oito anos. E, segundo analistas de mercado, a expectativa de Inflação para 2011 é de 6,22%, o que seria o maior índice, desde 2005.
    Paralelamente, vemos uma série histórica de crescimento sustentável do Produto Interno Bruto (PIB) e pesados Investimentos em infra-estrutura e turismo.
    O mundo mudou, as pessoas mudaram e as expectativas (de vida, de vontades, de prazeres, de ideais, de comunidades, de família, de afazeres e de lazeres) são completamente distintas daquelas vivenciadas há pouco – muito pouco - tempo atrás.
    A terceira questão (que se desdobra em outras) e, talvez, mais importante pergunta é:
    Como o meio empresarial tem reagido e se preparado para enfrentar (no bom sentido) essa nova realidade?
    Existe gestão adequada das relações de trabalho?
    Existe um canal verdadeiramente aberto e permanente de comunicação com seus empregados?
    Como se dá a relação de credibilidade entre os atores sociais: empresa, empregados, sindicato e sociedade?
    Aliás, neste sentido, lembremos da estória contada por Rubens Alves:“Viviam juntos o pai, a mãe, um filho de cinco anos e um avô, velhinho, vista curta, mãos trêmulas. Às refeições, por causa de suas mãos fracas e trêmulas, ele começou deixar cair peças de porcelana em que a comida era servida. A mãe ficou muito aborrecida com isso, porque ela gostava muito do seu jogo de porcelana. Assim, discretamente, disse ao marido: ‘Seu pai não está em condições de usar pratos de porcelana. Veja quantos ele já quebrou! Isso precisa parar...’O marido, triste com a condição do pai, mas, ao mesmo tempo, sem desejar contrariar a mulher, resolveu tomar uma providência que resolveria a situação. Foi a feira de artesanato e comprou uma gamela de madeira e talheres de bambu para substituir a porcelana. Na primeira refeição em que o avô comeu na gamela de madeira com garfo e colher de bambu, o netinho estranhou. O pai explicou, e o menino se calou. A partir desse dia, ele começou a manifestar interesse por artesanato que não tinha antes. Passava o dia tentando fazer um buraco no meio de uma peça de madeira com um martelo e um formão. O pai, entusiasmado com a revelação da vocação artística do filho, lhe perguntou: ‘O que você está fazendo, filhinho?’ O menino, sem tirar os olhos da madeira, respondeu: ‘Estou fazendo uma gamela para quando você ficar velho...’”

    Edmilson Moura.

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