O MINISTRO CARDOZO VAI PARA A AGU E ALIADO DE WAGNER ASSUME MINISTÉRIO DA JUSTIÇA



Petista é atualmente o ministro mais próximo de Dilma e ela quer preservá-lo no núcleo de decisões do governo
À diferença do que se especulou, José Eduardo Cardozo não está sendo espirrado do governo pelos petistas, mas é fato que o lulismo está comemorando.
Dilma resolveu deslocar Cardozo para outro cargo estratégico. Migra do Ministério da Justiça para a Advocacia-Geral da União. Bem, finalmente ele abandona a sua posição de juiz do jogo — é o papel reservado a um ministro da Justiça, desde que exerça com honestidade intelectual o seu papel — e passa para a de zagueiro. Nota: Cardozo sempre foi um falso juiz.
Sim, ele vai receber menos petardos na Advocacia-Geral do que no ministério. Dilma, assim, mantém no governo um dos petistas que lhe são fiéis, coloca-o numa área que é vital, sim, para tentar se defender das várias ameaças que existem contra o seu mandato e ainda o preserva do fogo amigo dos petistas.
Com a saída de Cardozo, o lulismo toma para si o Ministério da Justiça. Que implicações isso terá? Logo veremos.
Para o lugar de Cardozo vai o promotor de Justiça Wellington César Lima e Silva, do Ministério Público da Bahia. Ele foi procurador-geral de Justiça do Estado entre 2010 e 2014 e é ligado a Jaques Wagner, ministro da Casa Civil, que, por sua vez, obedece no governo às ordens de Lula, não de Dilma.
Em 1997, Cardozo integrou a comissão interna do PT que investigou o caso da Consultoria para Empresas e Municípios (Cpem), com sede em São Bernardo do Campo. A Cpem teria sido contratada sem concorrência em gestões petistas, o que teria provocado desvio de dinheiro público. O relatório da comissão recomendava que o advogado Roberto Teixeira, irmão do dono da Cpem e compadre de Lula, fosse submetido a uma comissão de ética. Teixeira foi inocentado no episódio, que provocou o primeiro atrito entre Cardozo e Lula.
A Polícia Federal é administrativamente subordinada ao Ministério da Justiça, mas tem autonomia funcional. Em princípio, um ministro não mete a mão lá, mas sabem como é…
Bem, já que era para botar um aliado de Wagner — e, pois, do lulo-petismo —, melhor que seja alguém do Ministério Público, ainda que estadual. Parece evidente que se tenta abrir um, digamos, “diálogo”
Dilma está se preparando para dias ainda mais difíceis.

Estadão.
Edmilson Moura.

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