A imprensa e o cidadão

Temos no Brasil uma imprensa atuante, que apura e divulga notícias e fatos que são relevantes para a sociedade, como por exemplo, os esquemas de corrupção nos quais inúmeros políticos envolvem-se freqüentemente. Mas do que adianta a imprensa fazer sua parte se o cidadão não presta atenção? Não há democracia em países onde impera a censura, onde os meios de comunicação são controlados por forças políticas. 

Nosso país está no caminho certo, uma vez que procura alertar o cidadão, e para isso, age de forma objetiva e imparcial. Temos liberdade e expressão. E isso é um passo importante no sentido de propagar boas idéias, disseminar informações sobre políticos corruptos. No entanto, temos um grande problema por aqui: uma boa parcela da população não tem o hábito de leitura. Como resultado disso, temos a reeleição de vários políticos que se envolveram em atos ilícitos, pois passam despercebidos ou sem reflexão crítica por muitos eleitores inconscientes.

O presidente do Senado, José Sarney, esteve e, freqüentemente continua, sendo manchete nos meios de comunicação, tanto por suas práticas de nepotismo, infeliz e vergonhosamente  comum no Brasil, quanto por suspeitas de corrupção. Foram tantas as denúncias contra Sarney, que o mesmo teve o descaramento de declarar que a imprensa o estava perseguindo de forma injusta, quando na verdade apenas fazia o papel que cabe a ela: demonstrar os fatos. Que pena que muitos políticos sem escrúpulos tenham  as suas tropas de choque.

Não é preciso ir muito longe para perceber a falta de interesse do cidadão por informações, especialmente quando se trata de política. Em São Luis Gonzaga  temos sites e um jornal impresso circulando pela cidade. Mas grande parte dos jovens da nossa cidade não se importa com isso. Usam a internet, quase que exclusivamente para acessar sites de relacionamentos, como o Orkut e MSN. E as notícias? Para a maioria, só quando lhe convém. É comum em nossa cidade usar mais o lado emocional do que racional na política.

Os nomes são lançados e suas sujeiras são jogadas ao vento para que todos vejam, reflitam e reavaliem as suas próximas escolhas. É necessário que essas informações sejam entendidas e que possam resultar em mudanças de hábitos. Uma vez consciente de seu papel, a sociedade passa a exigir, com mais rigor e racionalidade, que os governantes se mantenham guiados pela ética, procurando sempre os melhores meios para diminuir as desigualdades sociais. Uma política justa só é feita com a participação de eleitores racionais. Sejamos, então, cidadãos conscientes, para que possamos limpar a sujeira da nossa depravada e vergonhosa política. Para essa limpeza temos uma forte aliada: a imprensa. Cabe a nós, cidadãos, fazermos nossa parte.

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